PoP-SC implanta Sistema Autônomo de Internet (AS) para melhoria da conectividade

No ano de 1998, o PoP-SC representado pela UFSC, solicita à ARIN (American Registry for Internet Numbers) o ASN (Sistema Autônomo de Internet). A solicitação do ASN tinha por objetivo separar o tráfego acadêmico do comercial e possibilitar uma melhor conectividade entre a RNP e RCT-SC. Na época, os termos da solicitação encaminhados à ARIN pelo coordenador de redes da UFSC e PoP-SC, foram:

The  Federal University of Santa Catarina (UFSC) receive the Point of Presence of RNP (Brazilian Research Network) in the Santa Catarina State (POP-SC). At the moment the POP-SC belong to the AS 1916 and have connections with the AS 8167 – TELESC, with the AS 10715 – RCT-SC and With the AS 10875 – POP-RS and others. 

In the next months the RNP (Brazilian Research Network) pretend divide the academic traffic and commercial traffic. In this perspective the POP-SC  and UFSC are creating  one routing policy with two main objectives: 

1) Optimize Internet traffic with direct connected networks (AS); 

2) To separate commercial and academic traffic in the manner that only academic traffic go to RNP ; 

In order to this policy can be implemented is necessary allocate one ASN for the POP-SC. 

Nesta época, as solicitações de recursos de ASN eram realizadas diretamente à ARIN através de um formulário próprio, que requeria informações sobre a entidade solicitante, informações sobre o roteamento, endereços de rede, dentre outras informações, que deveria ser encaminhado como parte do processo para obtenção do Número de Sistema Autônomo. Existia uma taxa de adesão e manutenção anual do sistema autônomo que era paga diretamente à ARIN. Posteriormente, foi criado o LACNIC para representar os países da América Latina e Caribe, e com isso, os ASNs foram transferidos da ARIN para sua administração. A partir de então houve a decisão  de isentar o  pagamento pelos recursos de ASN e numeração para entidades de educação e pesquisa o que incentivou o uso para instituições finais.

Ainda no ano de 1998, a solicitação de recursos de ASN foi realizada com sucesso e o PoP-SC recebeu o ASN 11242 para utilizar inicialmente para alocar os serviços comerciais. Logo após receber o ASN, o PoP-SC o implanta em sua infraestrutura utilizando o protocolo de roteamento BGP. Em Santa Catarina, já existia o ASN 10715 que era utilizado para as instituições de ensino e pesquisa.

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Diagrama do funcionamento da rede autônoma no PoP-SC.

 

No ano de 2017, ambos os recursos ainda são utilizados. O ASN 11242 está sendo utilizado somente para o PoP-SC operar a rede e seus serviços, além de ter a função principal de AS de transito para todas as universidades conectadas ao PoP-SC. Já o ASN 10715 é utilizado para rotear os blocos IPs 200.135/16, 200.18/20 e 200.19.96/20 de uso compartilhado entre as instituições de Santa Catarina que não se tornaram um sistema autônomo ou estão em fase de transição.

A adoção de sistemas autônomos é fomentada pelo PoP-SC, principalmente através de seus Workshops de Tecnologia de Redes (ações diretas nas edições de 2012 e 2014), além de outras ações como palestras, treinamentos e suporte para convencer da importância do seu uso. Percebe-se que estas ações de fomentação estão sendo efetivas, dado que em 2017 já se tem uma adesão de 43% das Instituições qualificadas pela RNP em 2017. Em setembro de 2017 o ASN 11242 faz transito para 13 ASNs, possui 2 provedores de transito (RNP e FAPESC) e 1 conexão de Peering com o IX.br.

Conexões entre o ASN 11242
Conexões entre o ASN 11242

Ampliada capacidade da conexão do PoP-SC com a RNP usando tecnologia ATM

No ano de 2000, o PoP-SC recebe os enlaces da RNP utilizando a tecnologia ATM (Asynchronous Transfer Mode), substituindo a tecnologia de transmissão LPCD (Linha Privativa de Comunicação de Dados) implementada anteriormente. Em cima destes enlaces foi utilizado a tecnologia de Circuitos Virtuais sobre a tecnologia ATM. Esta tecnologia permitiu alocar circuitos dinâmicos conforme a demanda. Todos os circuitos ATM foram providos pela operadora Embratel. A tecnologia ATM foi utilizada até 2003, mantendo a mesma topologia com banda agregada alocada sob demanda.

Inicialmente, a capacidade agregada foi de 16 Mbps, ou seja, 2 enlaces de 8 Mbps cada, sendo um para São Paulo e outro para Rio de Janeiro. Estes enlaces substituíram o enlace do Rio Grande do Sul, trazendo melhorias como dupla abordagem e aumento da capacidade em 8 vezes em relação a fase anterior. Este modelo chegou a atingir uma banda agregada de 54 Mbps (36 Mbps para Rio de Janeiro e 18 Mbps para São Paulo), tendo um aumento superior à 3 vezes a capacidade alocada no início da fase ATM. As larguras de bandas intermediárias eram alocadas conforme a demanda, que podiam mudar de mês a mês. O equipamento instalado no PoP-SC para receber os enlaces da RNP foi um Cisco 7500, com uma interface ATM e duas interfaces Fast Ethernet.

A partir de 2002, os enlaces começaram a ser entregues utilizando rádio enlace de 155 Mbps. Neste enlace, os circuitos dinâmicos eram alocados conforme demanda construídos através de PVC ATM (Permanent Virtual Circuit ATM). Internamente, o PoP-SC predominantemente adotou a tecnologia ATM. A conexão com a RMAV-FLN tinha capacidade de 622 Mbps. As redes locais eram emuladas através do protocolo LANE (Lan Emulation), onde o switch possuía uma interface ATM para conexão ao backbone e interfaces Ethernet/FastEthernet para conexão de hosts. A emulação da rede era realizada através do roteador IBM-MSS, que além de realizar o roteamento era um servidor de configuração de redes virtuais emuladas LECS (LAN emulation configuration server).

A mudança de tecnologia do backbone da RNP demarca o fim do primeiro backbone implantado e o início do novo backbone acadêmico, que ficou conhecido com RNP2. A implantação do novo backbone acadêmico seguiu as tendências das redes acadêmicas no resto do mundo, nas quais se buscava expandir a rede acadêmica brasileira e interconectar esta rede as iniciativas acadêmicas internacionais como RedClara (América Latina), Internet2 (Estados Unidos) e Géant (Europa).

Sistema WEB Cache Acadêmico Nacional é implantado no PoP-SC

Em 2002 o Sistema de Cache Acadêmico Nacional foi implantado no PoP-SC. Os sistemas de Cache WEB ou Cache WWW tinham como objetivo armazenar localmente objetos (páginas HTML, imagens e arquivos) da Internet e assim economizar banda de rede.  O mecanismo ajuda a diminuir significativamente o tempo médio de acesso as páginas WEB porque muitos delas são requisitadas mais de uma vez e, exceto na primeira, as requisições são atendidas localmente. O projeto foi incentivado devido à crescente demanda por um aumento de banda em Santa Catarina. O projeto teve início em 1998.

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Arquitetura do Sistema de Cache Nacional implantado no PoP-SC

Mais referências

RNP – Introdução ao Cache de Web

RNP/PoP-MG:  Cache: Melhor Aproveitamento dos Recursos na Internet

PoP-SC implanta e disponibiliza conectividade IPv6

IPv6 (Internet Protocol versão 6) ou IPng (Internet Protocol next generation), é o novo protocolo que está em desenvolvimento para a substituição do atual IP, também chamado de IPv4. O motivo principal para o desenvolvimento do novo protocolo, foi o fato de o número de IP’s disponíveis estar se esgotando. O atual protocolo suporta “apenas” 2^32 (4.294.967.296) de endereços. Para a época que foi criado (década de 70) era um número mais que suficiente. Mas com a evolução e o crescimento exponencial da internet, esse número passou a ser insuficiente.

O IPv6 (protocolo IP versão 6), especificado em 1998 pela RFC 2460, foi ativado nos serviços internos do PoP-SC no ano de 2003 de forma nativa nos ativos de rede e servidores. A implantação utilizou o mecanismo de transição denominado pilha dupla onde os elementos de rede e servidores possuem os dois endereços (IPv4 e IPv6), o que representou o início da ativação do IPv6 no PoP-SC.

Os serviços inicialmente ativados foram:

  • HTTP nos sites www.pop-sc.rnp.br, ipv6.pop-sc.rnp.br e espelho.pop-sc.rnp.br
  • FTP para espelho.pop-sc.rnp.br
  • SMTP par ao domínio: pop-sc.rnp.br

A proteção de perímetro foi realizada através de filtros sem controle de estado (ACLs) no switch camada 3 do PoP.

É importante ressaltar que nesta época o IPv6 estava em um estágio bem incipiente para os ativos de rede, onde a Cisco dominava no seu suporte. Muitos dos equipamentos de camada 3 não suportavam o protocolo e o IPv6 era disponibilizado através de elementos de camada 2 estendendo-se o segmento de rede até um dispositivo camada 3 com suporte à IPv6.

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Implantação IPv6 no PoP-SC

Ampliada capacidade da conexão do PoP-SC com a RNP usando tecnologia SDH (STM-1)

No ano de 2004, o PoP-SC começa a receber os enlaces da RNP utilizando a tecnologia SDH/STM-1, substituindo a tecnologia ATM (Asynchronous Transfer Mode). Os enlaces ATM para São Paulo e Rio de Janeiro, que juntos tinham uma capacidade agregada de 54 Mbps, foram substituídos por um único enlace de 155 Mbps SDH/STM-1 utilizando o protocolo de transmissão POS (Packet over SONET). Estes enlaces duraram até o início do ano de 2005.

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Enlaces do PoP-SC com RNP utilizando SDH/STM-1 entre 2004 e início de 2005

A topologia implantada nesta época agregou as conexões da RMAV-FLN, que serviu de infraestrutura para conexão ao PoP-UDESC (RCT-SC). Nesta época o equipamento da RCT-SC estava presente na UDESC, onde eram agregados centenas de conexões oriundas do interior do estado.

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Primeiras conexões da R-MAV com o PoP-SC e RCT-SC