Aproveitando o momento de avanços tecnológicos no Estado com a criação da RCT-SC, em 1996 é implantado o primeiro segmento de alta velocidade na rede acadêmica em Florianópolis. Esta iniciativa ficou conhecida como RMCT (Rede Metropolitana de Ciência e Tecnologia).
Tratava-se de uma rede que faz uso das tecnologias ATM (AsynchronousTransferMode) e Ethernet, que atuava com protocolos IP sobre LANE e IP sobre Ethernet e possuía as capacidades de 155 Mbps através de ATM e 10 Mbps através de Ethernet contando com os equipamentos IBM 8260 e IBM 8271, respectivamente.
Diagrama da RMCT e equipamentos utilizados na criação do backbone
Desde sua criação, em 1996, até o ano de 2005, a RMCT não sofreu expansão física significativa, permanecendo praticamente inalterada neste perído. No entanto, neste intervalo de tempo, houve aumento da capacidade da conexão entre os pontos de presença do PoP-SC (RNP) e o PoP-UDESC (RCT-SC) que passou a operar com 622 Mbps em ATM e o aumento da capacidade de conexão das outras instituições que passou de 10 Mbps em Ethernet para 155 Mbps em ATM, em função de equipamentos que operaram da RMAV-FLN. A sua abrangência ainda era bastante restrita, conectando somente prédios da UFSC no bairro Trindade e instituições no bairro Itacorubi, fazendo com que demais unidades na região metropolitana da cidade (Florianópolis, São José e Palhoça) tivessem que se conectar à RCT-SC em baixa velocidade de 128 Kbps a 2 Mbps.
No ano de 1998, o PoP-SC representado pela UFSC, solicita à ARIN (American Registry for Internet Numbers) o ASN (Sistema Autônomo de Internet). A solicitação do ASN tinha por objetivo separar o tráfego acadêmico do comercial e possibilitar uma melhor conectividade entre a RNP e RCT-SC. Na época, os termos da solicitação encaminhados à ARIN pelo coordenador de redes da UFSC e PoP-SC, foram:
The Federal University of Santa Catarina (UFSC) receive the Point of Presence of RNP (Brazilian Research Network) in the Santa Catarina State (POP-SC). At the moment the POP-SC belong to the AS 1916 and have connections with the AS 8167 – TELESC, with the AS 10715 – RCT-SC and With the AS 10875 – POP-RS and others.
In the next months the RNP (Brazilian Research Network) pretend divide the academic traffic and commercial traffic. In this perspective the POP-SC and UFSC are creating one routing policy with two main objectives:
1) Optimize Internet traffic with direct connected networks (AS);
2) To separate commercial and academic traffic in the manner that only academic traffic go to RNP ;
In order to this policy can be implemented is necessary allocate one ASN for the POP-SC.
Nesta época, as solicitações de recursos de ASN eram realizadas diretamente à ARIN através de um formulário próprio, que requeria informações sobre a entidade solicitante, informações sobre o roteamento, endereços de rede, dentre outras informações, que deveria ser encaminhado como parte do processo para obtenção do Número de Sistema Autônomo. Existia uma taxa de adesão e manutenção anual do sistema autônomo que era paga diretamente à ARIN. Posteriormente, foi criado oLACNICpara representar os países da América Latina e Caribe, e com isso, os ASNs foram transferidos da ARIN para sua administração. A partir de então houve a decisão de isentar o pagamento pelos recursos de ASN e numeração para entidades de educação e pesquisa o que incentivou o uso para instituições finais.
Formulário que foi enviado a ARIN com o “invoice” de pagamento da taxa adesão
Ainda no ano de 1998, a solicitação de recursos de ASN foi realizada com sucesso e o PoP-SC recebeu o ASN 11242 para utilizar inicialmente para alocar os serviços comerciais. Logo após receber o ASN, o PoP-SC o implanta em sua infraestrutura utilizando o protocolo de roteamento BGP. Em Santa Catarina, já existia o ASN 10715 que era utilizado para as instituições de ensino e pesquisa.
No ano de 2017, ambos os recursos ainda são utilizados. O ASN 11242 está sendo utilizado somente para o PoP-SC operar a rede e seus serviços, além de ter a função principal de AS de transito para todas as universidades conectadas ao PoP-SC. Já o ASN 10715 é utilizado para rotear os blocos IPs200.135/16, 200.18/20 e 200.19.96/20 de uso compartilhado entre as instituições de Santa Catarina que não se tornaram um sistema autônomo ou estão em fase de transição.
A adoção de sistemas autônomos é fomentada pelo PoP-SC, principalmente através de seus Workshops de Tecnologia de Redes (ações diretas nas edições de 2012 e 2014), além de outras ações como palestras, treinamentos e suporte para convencer da importância do seu uso. Percebe-se que estas ações de fomentação estão sendo efetivas, dado que em 2017 já se tem uma adesão de 43% das Instituições qualificadas pela RNP em 2017. Em setembro de 2017 o ASN 11242 faz transito para 13 ASNs, possui 2 provedores de transito (RNP e FAPESC) e 1 conexão de Peering com o IX.br.
No mês de maio de 2005, UFSC, PoP-SC, FAPESC e CIASC se reúnem para discutir a criação da rede metropolitana para ensino e pesquisa na região de Florianópolis, sob a iniciativa REDECOMEP / RNP. A partir desta reunião, foi formado um grupo de trabalho para realizar um estudo de viabilidade de criação da rede, realizada a formulação de convites para possíveis instituições interessadas em participar da rede, feito levantamento de informações e elaborado um pré-projeto.
Flyer de Divulgação da REDECOMEP
A iniciativa REDECOMEP busca implementar redes de alta velocidade nas regiões metropolitanas do país servidas pelos Pontos de Presença (PoPs) do backbone da RNP, o que significa uma cobertura nacional. O modelo se baseia na implantação de uma infraestrutura de fibras ópticas próprias voltada para as instituições de pesquisa e educação superior e na formação de consórcios entre as instituições participantes de forma a assegurar sua auto sustentação.
Em 18 de dezembro de 2006 foi assinado o Termo de Cooperação para troca de infraestrutura óptica (SWAP) entre RNP, FAPESC e CIASC. O termo firmou uma parceria entre as instituições envolvidas no âmbito da iniciativa REDECOMEP, estabelecendo os papéis de cada instituição nesta iniciativa, bem como as regras de concessão de uso da infraestrutura implantada. O acordo permitiu reduzir os custos tanto de implantação quanto de manutenção da rede, visto que as iniciativas realizaram troca de infraestrutura óptica. Neste acordo, o CIASC forneceu 183 km de fibras e a RNP forneceu 117 km de fibras.
Termo de Cooperação REMEP-FLN - RNP, CIASC e FAPESC
No ano de 2009, FAPESC migra o concentrador da RCT-SC que estava na UDESC para suas dependências. Até meados de 2010, a RCT-SC ampliou suas conexões para um total 2.032 conexões. Seu enlace dedicado Internet via Brasil Telecom passou de 90 Mbps para 160 Mbps. As tecnologias de enlace ATM (AsynchronousTransferMode) e Frame Relay continuam a ser adotadas, variando as capacidades entre 64 Kbps a 155 Mbps. A conectividade entre a FAPESC e PoP-SC era realizada através da REMEP-FLN.