Criação do domínio brufsc.bitnet

BITNET – A Rede de comunicação que liga nossa universidade a outras universidades, centros de pesquisa e redes de ensino e pesquisa do mundo.

UFSC

Em março de 1990, após um período de experiência com o acesso discado à BITNET cerca de 30 usuários da UFSC já se beneficiavam do serviço de correio eletrônico provido pela FAPESP. Seguindo a tendência tecnológica da época, a UFSC criou o domínio brufsc.bitnet e estabeleceu uma conexão dedicada com a FAPESP, fazendo com que a UFSC se tornasse efetivamente um nó da rede BITNET.

O domínio próprio da UFSC propiciou aos usuários uma identidade própria não necessitando mais utilizar os serviços usando o domínio da FAPESP. Isto possibilitou a criação de contas locais individuais de e-mail para seus usuários, dado que até então se usava uma conta compartilhada para todos.

O estabelecimento da conexão dedicada utilizou o equipamento IBM 3090. Esta conexão foi possível graças ao empréstimo, pelo CIASC, de uma Unidade de Controle de Comunicação UCCI da Itautec e através da contratação de um enlace LPCD (Linha Privativa de Comunicação de Dados) de 1,2 kbps da EMBRATEL.

Com o intuito de divulgar e incentivar o uso da rede BITNET, pela comunidade universitária da UFSC, foi elaborado um folder, onde eram passadas as informações sobre as potencialidades deste novo serviço assim como mostrava a integração da UFSC, através desta rede de comunicação, com as demais redes mundiais de computadores.

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Folder de divulgação da BITNET na UFSC

No final de 1990, o enlace da EMBRATEL foi ampliado de 1,2 Kbps para 2,4 Kbps via LPCD (Linha Privativa de Comunicação de Dados). Neste momento a UFSC já contava com 100 terminais com acesso à BITNET, sendo que os usuário já faziam acesso à rede via terminais IBM 3270 conectados ao mainframe IBM 3090. O serviço de correio eletrônico na época rodava sobre a plataforma da IBM utilizando o subsistema RSCS (Remote Spooling Communication Subsystem) e o protocolo NJE (Network Job Entry) em vez do TCP/IP. O subsistema RSCS utilizava tecnologia de store and forward, não demandando de uma conexão continua para trafegar os dados na rede.

Backbone Ethernet / TCP/IP da início a redeUFSC

Em dezembro de 1990, é implantada a primeira rede local padrão Ethernet/TCP/IP (Transmission Control Protocol/Internet Protocol) da UFSC, que interligou diversas unidades do CTC e o NPD, dando assim início ao backbone da redeUFSC. A rede padrão Ethernet com CSMA/CD e capacidade de transmissão de 10 Mbps foi estabelecida utilizando a tecnologia de enlace 10BASE5, também conhecido como “Thick Ethernet” ou cabo coaxial grosso. O cabo foi adquirido com comprimento de 500 metros, limite da tecnologia, e foi lançado entre o prédio da engenharia mecânica e o prédio da direção do CTC na época, passando pelos prédios, departamentos e laboratórios que ficavam neste caminho, tais como NPD, EPS, EEL, INE, LCMI, LABSPOT, ARQ e ENS.

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Diagrama do backbone da redeUFSC

A escolha por utilizar o Ethernet/TCP/IP se deu pelo fato de ser na época, a única solução independente de fornecedores e presente em quase todos os sistemas computacionais existentes em universidades.

Proposta de criação da rede estadual de ensino e pesquisa é submetida ao Governo do Estado

No mês de julho de 1991, buscando dar maior autonomia às instituições de ensino do estado de Santa Catarina, a UFSC através do NPD e do INE apresenta à SETEMA (Secretaria de Educação, Tecnologia e Meio Ambiente) uma primeira proposta para criação de uma rede estatual para apreciação do Governo do Estado. A propostas viabiliza a diversidade na forma de acesso à rede, através do uso de tecnologias como X.25, SDLC, TCP/IP e acesso assíncrono para microcomputadores, e estabelece a necessidade da existência de rotas alternativas para rede de comunicação de dados.

Esta proposta buscava criar uma rede estadual para atendimento das instituições de ensino superior e órgãos de pesquisa nos moldes da RNP. O principal objetivo desta rede era realizar a “integração dos órgãos acadêmicos e de pesquisa, sediados no Estado de Santa Catarina, em uma rede estadual segura, estável e resiliente interconectada à Rede Nacional de Pesquisa”, criada em 1989, exatamente para fazer essa integração dos principais centros de pesquisa e universidades do país. Tecnicamente, nesta época a rede da RNP foi criada a partir de um conjunto de linhas dedicadas patrocinadas pelo CNPq com tecnologia sustentada pela BITNET.

Neste momento, o projeto para criação da rede catarinense buscava apoio de diferentes órgãos e entidades, podendo-se citar: Governo do Estado, Secretaria de Ciência e Tecnologia, das Instituições de Ensino Superior, SEC, CIASC e CELESC. O investimento previsto se concentrava na montagem da infraestrutura e contava com a aquisição de equipamentos de comutação de redes, aluguel de linhas dedicadas/discadas para realizar as interconexões entre os pontos de acesso, distribuição central, além da contratação de pessoal técnico para operar a rede. Os serviços providos por esta rede deveriam possuir níveis de abrangência, tanto local (na própria instituição), regional (instituições do estado), nacional (redes RNP, BITNET e INTERNET) e internacional (outras redes globais).

Esta proposta inicial vislumbrou três alternativas para formar a rede estadual:

  • Iniciativas Individuais: esta proposta se baseava no modelo da RNP de realizar a conexão ao nó mais próximo, dentre as vantagens deste modelo se destacava a facilidade de implantação, dado que o esforço para construir a rede dependia da vontade e dos recursos da própria instituição que desejasse se conectar na rede. Como principal desvantagem, destacava-se o custo elevado, o que de certa forma restringia o acesso às instituições maiores;
  • Criar uma Estrutura Própria: em termos técnicos, esta proposta seria a mais adequada dado que existia a necessidade de recurso computacional em grande parte das instituições. No entanto, na época ainda não havia um número considerável de instituições para justificar os custos elevados de um projeto dessa magnitude; e
  • Utilizar a Infraestrutura da rede do Governo do Estado: esta proposta previa uma infraestrutura de rede composta de nós de comutação interligados por linhas dedicadas com tarifação sobre o uso destes enlaces.