Backbone Ethernet / TCP/IP da início a redeUFSC

Em dezembro de 1990, é implantada a primeira rede local padrão Ethernet/TCP/IP (Transmission Control Protocol/Internet Protocol) da UFSC, que interligou diversas unidades do CTC e o NPD, dando assim início ao backbone da redeUFSC. A rede padrão Ethernet com CSMA/CD e capacidade de transmissão de 10 Mbps foi estabelecida utilizando a tecnologia de enlace 10BASE5, também conhecido como “Thick Ethernet” ou cabo coaxial grosso. O cabo foi adquirido com comprimento de 500 metros, limite da tecnologia, e foi lançado entre o prédio da engenharia mecânica e o prédio da direção do CTC na época, passando pelos prédios, departamentos e laboratórios que ficavam neste caminho, tais como NPD, EPS, EEL, INE, LCMI, LABSPOT, ARQ e ENS.

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Diagrama do backbone da redeUFSC

A escolha por utilizar o Ethernet/TCP/IP se deu pelo fato de ser na época, a única solução independente de fornecedores e presente em quase todos os sistemas computacionais existentes em universidades.

Backbone da redeUFSC é ampliado através de cabo óptico

Em janeiro de 1991 foi instalado o primeiro segmento da rede de fibra ótica da UFSC conectando o CFM ao segmento de cabo instalado no final de 1990. A conexão foi realizada através de uma fibra ótica multimodo com  diâmetro do núcleo de 62,5 microns e  diâmetro da casca 125 mícrons, utilizando um repetidor Cabletron FR-3000 com 2 interfaces, uma para conectar a fibra óptica e a outro o  cabo coaxial. A conexão por meio de fibra óptica permitiu aumentar o alcance da rede e o volume de tráfego de dados entre o CFM e CTC, consequentemente com o NPD, permitindo aos pesquisadores desses centros uma melhor comunicação e compartilhamento de recursos.

Integração de recursos computacionais e sub-redes à redeUFSC

Em março de 1991 os recursos computacionais e de rede foram integrados à redeUFSC, permitindo que os mesmos fossem acessados de forma remota e otimizada, o que aumentou o aproveitamento dos recursos disponíveis:

  • Convex C-210 (NPD);
  • Microvax (EMC);
  • 3 estações de trabalho (EMC);
  • 1 sub-rede (EEL).

Em julho do mesmo ano são entregues na UFSC as primeiras estações de trabalho da SUN Microsystems financiadas pelo FINEP e licitadas em 1990. As estações são instaladas no CTC e CFM como parte da implementação do modelo de processamento distribuído em rede na UFSC, concebido em 1989.

Neste período o conjunto de facilidades que começavam a ser disponibilizados pela rede já permitia que os usuários assimilassem o slogan da empresa SUN Microsystem “The Network IS the Computer!”.

The Network IS the Computer!

Proposta de criação da rede estadual de ensino e pesquisa é submetida ao Governo do Estado

No mês de julho de 1991, buscando dar maior autonomia às instituições de ensino do estado de Santa Catarina, a UFSC através do NPD e do INE apresenta à SETEMA (Secretaria de Educação, Tecnologia e Meio Ambiente) uma primeira proposta para criação de uma rede estatual para apreciação do Governo do Estado. A propostas viabiliza a diversidade na forma de acesso à rede, através do uso de tecnologias como X.25, SDLC, TCP/IP e acesso assíncrono para microcomputadores, e estabelece a necessidade da existência de rotas alternativas para rede de comunicação de dados.

Esta proposta buscava criar uma rede estadual para atendimento das instituições de ensino superior e órgãos de pesquisa nos moldes da RNP. O principal objetivo desta rede era realizar a “integração dos órgãos acadêmicos e de pesquisa, sediados no Estado de Santa Catarina, em uma rede estadual segura, estável e resiliente interconectada à Rede Nacional de Pesquisa”, criada em 1989, exatamente para fazer essa integração dos principais centros de pesquisa e universidades do país. Tecnicamente, nesta época a rede da RNP foi criada a partir de um conjunto de linhas dedicadas patrocinadas pelo CNPq com tecnologia sustentada pela BITNET.

Neste momento, o projeto para criação da rede catarinense buscava apoio de diferentes órgãos e entidades, podendo-se citar: Governo do Estado, Secretaria de Ciência e Tecnologia, das Instituições de Ensino Superior, SEC, CIASC e CELESC. O investimento previsto se concentrava na montagem da infraestrutura e contava com a aquisição de equipamentos de comutação de redes, aluguel de linhas dedicadas/discadas para realizar as interconexões entre os pontos de acesso, distribuição central, além da contratação de pessoal técnico para operar a rede. Os serviços providos por esta rede deveriam possuir níveis de abrangência, tanto local (na própria instituição), regional (instituições do estado), nacional (redes RNP, BITNET e INTERNET) e internacional (outras redes globais).

Esta proposta inicial vislumbrou três alternativas para formar a rede estadual:

  • Iniciativas Individuais: esta proposta se baseava no modelo da RNP de realizar a conexão ao nó mais próximo, dentre as vantagens deste modelo se destacava a facilidade de implantação, dado que o esforço para construir a rede dependia da vontade e dos recursos da própria instituição que desejasse se conectar na rede. Como principal desvantagem, destacava-se o custo elevado, o que de certa forma restringia o acesso às instituições maiores;
  • Criar uma Estrutura Própria: em termos técnicos, esta proposta seria a mais adequada dado que existia a necessidade de recurso computacional em grande parte das instituições. No entanto, na época ainda não havia um número considerável de instituições para justificar os custos elevados de um projeto dessa magnitude; e
  • Utilizar a Infraestrutura da rede do Governo do Estado: esta proposta previa uma infraestrutura de rede composta de nós de comutação interligados por linhas dedicadas com tarifação sobre o uso destes enlaces.

Instalação de Ponto de Presença da RNP marca inicio da Internet em Santa Catarina

No início de 1992, a UFSC recebe o Ponto de Presença da RNP em Santa Catarina (PoP-SC) e assim se torna a primeira instituição do estado a se conectar à RNP, estabelecendo conexões com Porto Alegre (UFRGS), Rio de Janeiro (LNCC) e Curitiba (Celepar), de acordo com o plano de conectar as capitais estaduais através do backbone nacional. Cada enlace implantado tinha capacidade de 9,6 Kbps, totalizando uma capacidade agregada de 28,8 Kbps. O protocolo de transporte utilizado foi o IP (Protocolo de Internet) utilizando a tecnologia de transmissão LPCD (Linha Privativa de Comunicação de Dados).